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Quando o pentecostalismo colide com a teologia reformada.




Ultimamente, venho estudando sobre o início do movimento pentecostal no raiar do século XX e achei muito interessante ler alguns relatos da época. Não quero abraçar o ceticismo, antes, meu desejo é na verdade experimentar mais do poder do Espírito Santo e buscar a pureza, um estilo de vida piedoso e santo. Acredito que essa vontade só existe em meu coração por conta da liderança do Espírito Santo. Tenho convicção que minha aproximação com a escatologia nos últimos anos, tem produzido esse alinhamento em querer me preparar para o estilo de vida do Reino de Deus, para olhar na face do Rei, cooperando sacerdotalmente com Ele.


No entanto, nos últimos anos no Brasil, muito tem se falado sobre as distorções e imaturidades do movimento pentecostal, inclusive, amplificadas pelo revestimento do neopentecostalismo, chegando quase ao descrédito. Talvez, muito por conta desse desgaste, foi que a teologia reformada passou a ganhar força, quase que simultaneamente, num movimento de resgate inversamente proporcional. Por mais que hoje já existam cristãos que se auto intitulam "pentecostais reformados" ou "reformados carismáticos", as duas coisas parecem quase que opostas em termos práticos, na realidade eclesiástica brasileira. Enquanto um, tem por caricatura o "agir do espírito, a fluência nos dons e o estudo da teologia como 2º plano, se comparado com a profecia", o outro é comumente reconhecido por seu "apego demasiado as escrituras e frieza espiritual, além de uma quase soberba teológica".


Sendo assim, como mensurar se os relatos de Azusa, tão veementemente defendidos como verídicos pelos mais otimistas, foram realmente legítimos, quando até o próprio Seymour declarou: "Às vezes podemos ser precipitados, especialmente quando somos muito inexperientes no poder do Espírito Santo. Somos apenas como bebês..." ? Note, que eu indaguei sobre serem legítimos e não se foram reais!!! Partindo do pressuposto que foram reais, será que foram legítimos de um ponto de vista teológico, dada a imaturidade do movimento e a carência teológica, visto que entre os apontados como líderes, não havia concordância ou unanimidade quanto ao modo, forma e conteúdo? À semelhança do que se percebe no contexto atual, onde muitos movimentos pentecostais contemporâneos tem mais sido identificados como a "ala" distorcida e imatura do evangelho, apesar de aparentemente fervorosa. Ainda em tempo, é válido interpor que de forma nenhuma, por mais frio que pareça ou até mesmo seja (em alguns casos), pode se inferir que igrejas de raiz reformada e até mesmo cessacionistas, não são lideradas pelo Espírito Santo ou até mesmo não tenham o fervor espiritual como uma parâmetro de suas realidades. Seria no mínimo pecaminoso, fazer tal tipo de julgamento!


Por último, mas não menos importante, será que a ênfase "wesleyana' em buscar santificação e purificação do pecado, por mais que tenha sido extrapolada naqueles dias que precederam o início do pentecostalismo, não seria mais coerente e alinhada, escatologicamente falando, com a 2ª vinda do Senhor Jesus e com a realidade futura do milênio? Encerro, humildemente dizendo que acredito que a centralidade de Cristo e das Escrituras, junto com todo o pacote resgatado pela teologia reformada, associado a um ensinamento correto sobre o fim dos tempos (algo que a reforma não desenvolveu), há de produzir santificação e pureza, preparando a igreja para o encontro com Jesus nos ares, através do agir poderoso do Espírito. Não me espantaria nem um pouco, se tudo isso acontecesse, debaixo de um mover poderoso sobrenatural de cura, sinais, maravilhas e prodígios. Afinal, seriam apenas pequenos vislumbres antecipados da gloriosa realidade que nos aguarda na eternidade!

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Bruno Gusmao
Bruno Gusmao
Feb 21, 2021

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